26 de abril de 2013

Desenvolvimento Sustentável




Somos Voz-Por Um Objectivo



Na Comissão Mundial sobre o meio ambiente e desenvolvimento criada pelas Nações Unidas, surgiu uma definição de desenvolvimento sustentável : desenvolvimento capaz de servir as necessidades do ser humano atual, sem colocar em causa as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não coloca em risco nem esgota os recursos para o futuro.







Os modelos de desenvolvimento dos países industrializados devem ser seguidos?

O desenvolvimento económico é extremamente importante nos países mais pobres, mas o caminho a seguir terá que ser diferente que o utilizado pelos países industrializados, pois os recursos existentes no nosso planeta seriam escassos. Caso se aplicassem as mesmas formas de desenvolvimento nas sociedades do Hemisfério Sul Norte, a quantidade de combustíveis fósseis consumida atualmente aumentaria 10 vezes e a de recursos minerais, 200 vezes. Assim, podemos verificar que teremos de fazer uma inversão da forma dos níveis de consumo dos países em desenvolvimento, não pelo aumento de recursos a utilizar, mas pela redução dos níveis observados nos países industrializados.
Os crescimentos económico e populacional nos últimos tempos têm sido marcados por grandes desequilíbrios. Embora os países do Hemisfério Norte possuam apenas um quinto da população do planeta, detêm quatro quintos dos rendimentos mundiais e consomem 70% da energia, 75% dos metais e 85% da produção de madeira mundial.
Conta-se que Mahatma Gandhi, ao ser perguntado se, depois da independência, a Índia perseguiria o estilo de vida britânico, teria respondido: "...a Grã-Bretanha precisou de metade dos recursos do planeta para alcançar sua prosperidade; quantos planetas não seriam necessários para que um país como a Índia alcançasse o mesmo patamar?"
A sabedoria de Gandhi indicava que os modelos de desenvolvimento precisam mudar. Os estilos de vida das nações ricas e a economia mundial devem ser reestruturados para levar em consideração o meio ambiente.





Há cinco séculos, exploradores europeus fizeram a primeira viagem à volta do Mundo. Demoraram três anos. Hoje em dia, aviões a jacto circundam a Terra numa milésima parte desse tempo. Os satélites demoram menos de uma hora fazê-lo. Estas comparações realçam algo de que todos nos temos vindo a aperceber: a Terra é um planeta relativamente pequeno e o nosso impacto sobre ele está a aumentar.

O aumento da população mundial e os avanços na ciência fazem com que nós alteremos a forma como o mundo funciona. Parte dos impactos que provocamos, são devidos à forma como utilizamos os recursos, nomeadamente a energia, a água e o espaço. Quanto mais gastamos, menos resta para os outros seres vivos. Igualmente importante são os resíduos que produzimos, desde lixos domésticos aos fumos dos escapes dos automóveis e das industrias. Grande parte destes detritos acaba por chegar aos oceanos e à atmosfera, onde podem ter efeitos nocivos e de grande alcance.

É preciso numa visão ampla que a palavra – sustentabilidade - seja verdadeira, que seja descrita como democracia política, equidade social, eficiencia económica, diversidade cultural, saúde, segurança e conservação do meio ambiente, na teoria e na prática.

Tudo isto escrito até agora, vai ter grande impacto a quatro níveis de desenvolvimento sustentado:





O desenvolvimento sustentável perfeito, tem de fazer uma interligação harmoniosa com os valores fatores de cada uma das sustentabilidades:
 


Sustentabilidade Social




A sustentabilidade social centra-se no seu equilíbrio, tanto a nível de desenvolvimento social como sócio-económico. É um veículo de humanização da economia e ao mesmo tempo, pretende desenvolver o tecido social nos seus componentes humanos e culturais.

Neste sentido, foram desenvolvidos dois grandes planos: 









A Agenda 21 é um plano global de ação a ser tomado a nível global, nacional e local, por organizações das Nações Unidas, governos, e grupos locais, nas diversas áreas onde se verificam impactos significativos no ambiente. Em termos práticos, é a mais ambiciosa e abrangente tentativa de criação de um novo padrão para o desenvolvimento do século XXI, tendo por base os conceitos de desenvolvimento sustentável.

As Metas de Desenvolvimento do Milénio (MDM) surgem da Declaração do Milénio das Nações Unidas, adoptada pelos 191 estados membros no dia 8 de Setembro de 2000. Criada em um esforço para sintetizar acordos internacionais alcançados em várias cúpulas mundiais ao longo dos anos 1990 relativos ao meio-ambiente e desenvolvimento, direitos das mulheres, desenvolvimento social, racismo, entre outras, a Declaração traz uma série de compromissos concretos que, se cumpridos nos prazos fixados, segundo os indicadores quantitativos que os acompanham, deverão melhorar o destino da humanidade neste século. Esta declaração menciona que os governos "não economizariam esforços para libertar nossos homens, mulheres e crianças das condições  desumanas de pobreza extrema", tentando reduzir os níveis de pobreza, e promovendo o bem estar social. Estes projetos são monitorizados com recurso ao Índice de Desenvolvimento Humano, que é uma medida comparativa que engloba três dimensões: riqueza, educação e esperança média de vida.







Hoje em dia assistimos a uma grande disparidade social entre países, onde as maiores dificuldades estão identificadas em locais onde ainda não há um trabalho de controlo e informação sobre o aumento populacional. Esta lacuna faz com que a população desses países não tenha os recursos necessários para suprir as suas necessidades. Assistimos a índices elevados de pobreza, fome e óbitos.







 A população mundial está a crescer, mas não da mesma forma por todo o globo. Em muitos países Europeus, as famílias têm em média menos de dois filhos, que é o número necessário para manter a população estável. Nestes países, a população decairá, se não chegarem mais pessoas de outros lugares. Em muitas nações africanas, já a média de  filhos situa-se acima dos cinco. Encontramos nestes casos, índices elevados de nascimento e mortalidade precoce, elevados índices de pobreza e fome, por falta de recursos. Contudo, outrora a Europa também foi assim. Através de um processo denominado transição demográfica, o tamanho das famílias europeias diminuiu. Os peritos têm a opinião que mais cedo ou mais tarde, também os países em desenvolvimento irão passar por esta transição. 

Sustentabilidade Cultural




Nos últimos anos, a discussão sobre o contributo da cultura para o desenvolvimento sustentável, juntamente com o movimento internacional para integrá-la nas políticas de desenvolvimento das nações, tem vindo a aumentar.
Em 1992, a Cúpula da Terra, realizada no Rio de Janeiro, definiu o “desenvolvimento sustentável”. Segundo a ONU, trata-se do desenvolvimento que “atende as necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer as suas próprias necessidades”, e que deve ser atingido com a interação de três fatores: económicos, sociais e ambientais.
Duas décadas mais tarde, o conceito de sustentabilidade tem necessidade de introduzir mais um fator : a cultura.
É inegável que a cultura contribui para a integração dos indivíduos, é fundamental para a educação, possui um enorme potencial económico, desenvolve a criatividade, estimula o turismo, além de ser fonte de lazer. Nos últimos anos, o debate sobre o lugar da cultura na sustentabilidade tem vindo a aumentar, junto com um movimento internacional para integrar a mesmas nas políticas de desenvolvimento dos países.





No entanto, a cultura tem que assentar em vários pilares, sem os quais a mesma não tem sentido e a leva ao fracasso, com a consequente destruição :

 



Sustentabilidade Ambiental




A sustentabilidade ambiental consiste na manutenção das funções e componentes do ecossistema, de modo sustentável, podendo ser designada como a capacidade que o ambiente natural tem de manter as condições de vida para as pessoas e para os outros seres vivos, tendo em conta a habitabilidade, a beleza do ambiente e a sua função como fonte de energias renováveis.

As Nações Unidas, através das metas de desenvolvimento do milénio procura garantir ou melhorar a sustentabilidade ambiental, através de quatro objectivos principais:




O crescimento económico tem constituído um objectivo importante em políticas governamentais ao longo de muitas gerações. Devido ao pouco peso dado às suas consequências ambientais negativas, estima-se que as taxas de extinção de espécies atuais sejam cerca de 100 a 1000 vezes superiores ao normal. Com a perda da diversidade biológica, diminui a capacidade de sustentação da vida : reduzem-se alguns dos processos naturais de que dependemos (por exemplo, a produção de recursos pesqueiros), perde-se o património genético de espécies contendo soluções para problemas presentes e futuros, aumentam os níveis de poluição, etc.

Paralelamente à extinção de espécies, assistimos a uma grande disparidade da distribuição de riqueza entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. Estando a diversidade biológica concentrada nos países em desenvolvimento, é também aí que há mais pressão para a sua destruição. Os governos destes países são frequentemente tentados a explorar os seus recursos naturais de forma insustentável para melhorar rapidamente as condições de vida dos seus habitantes.

As previsões das Nações Unidas apontam para um crescimento populacional dos actuais 6 biliões de pessoas para 11 biliões no ano 2020. Uma vez que este crescimento acontecerá sobretudo nos países em desenvolvimento, a pressão sobre os recursos naturais irá provavelmente aumentar para níveis que serão demasiado elevados. Existem mesmo sérias dúvidas sobre a capacidade de sustentação de uma população humana de 11 biliões de pessoas. Assim, o crescimento das populações deve ser minimizado, sob o risco de uma futura calamidade Humanitária e da continuação da extinção de espécies.

Actualmente, o desenvolvimento sustentável é considerado como a solução que permite a harmonia entre o crescimento económico e a conservação da Natureza. Uma vez que todas as pessoas beneficiarão da conservação da Natureza, é necessário que os países ricos compensem os países pobres pela manutenção de áreas naturais. Será também essencial a cooperação a nível técnico, logístico e de conhecimento.Com a educação das populações e o apoio logístico dos países ricos, seria possível minimizar o crescimento populacional que está previsto.



A gestão adequada de recursos naturais a nível global é também uma condição essencial para evitar a extinção de mais espécies. Para tal, é fundamental criar incentivos económicos para a conservação de espécies. Por exemplo, a destruição de florestas naturais está a causar uma quebra de produção dos solos a nível mundial. A importância das florestas na produção agrícola é devida à reciclagem de nutrientes mas também à retenção eficiente dos solos contra a erosão. Assim, seria benéfico e rentável a longo prazo incentivar a manutenção de parte das florestas, especialmente em áreas de declive acentuado e com elevados níveis de precipitação. Do mesmo modo, é também importante incentivar economicamente a adopção de energias não poluentes, a redução do consumo de energia e de recursos naturais, a reciclagem de produtos, etc.
Se analisarmos as diversas definições existentes para Desenvolvimento Sustentável, é possível assumir que se resume a um conceito de igualdade entre gerações, tendo em conta as perspetivas ambientais, económicas, sociais e culturais que envolve.
As questões inerentes ao Desenvolvimento Sustentável, quando analisadas numa perspetiva global, assumem contornos preocupantes, que implicam uma maior responsabilização dos países desenvolvidos.




É necessário refletir sobre:




Os recursos naturais são esgotáveis e até mesmo finitos quando usados de uma forma inconsciente; no entanto, ao longo dos últimos 30 anos constata-se que os mesmos são encarados apenas como matéria-prima no que se refere ao seu processo produtivo.

Um aspeto fundamental para a mudança obriga a que o mundo visto como máquina terá que ceder a um mundo como sistema vivo. A mudança exigida procura o respeito pela natureza, por parte do ser humano, aliada a uma organização de negócios. O ambiente revela-se um fator muito importante no meio empresarial, contribuindo para o direcionamento das organizações rumo a novos caminhos, através de uma nova visão empresarial, novos objetivos e estratégias de investimentos que conduzam e procurem dar resposta à realidade do mercado global.

 




  Benefícios para uma empresa ou organização implementar os princípios básicos da consciência ecológica:

 

 

 Em conclusão, o crescimento económico tem de estar em harmonia com a Natureza, que é a base onde assenta. Para tal, é necessário resolver alguns dos problemas das populações Humanas, pois são estas que promovem a degradação ambiental. A continuar a aumentar o fosso existente entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, o bem–estar das pessoas será difícil de atingir e o ritmo de extinção de espécies irá continuar a crescer. Assim, será necessária uma cooperação entre países ricos e pobres que possibilite a conservação de espécies. A solução para a manutenção da diversidade biológica implicará um desenvolvimento sustentável que satisfaça as necessidades Humanas sem comprometer a conservação da Natureza. 


 

 


Sustentabilidade Económica




A sustentabilidade económica, no âmbito do desenvolvimento sustentável é um conjunto de medidas e politicas que obrigam à introdução de preocupações e conceitos ambientais, sociais e culturais. Aos conceitos tradicionais de mais valias económicas são adicionados como fatores a ter em conta, os parâmetros ambientais, sociais e culturais, criando assim uma interligação entre os vários setores. Assim, o lucro não é somente medido na sua vertente financeira, mas também na vertente ambiental, social e cultural o que potencia um uso mais correto quer das matérias primas, quer dos recursos humanos.





 Há ainda a introdução de uma gestão mais eficiente dos recursos naturais, sejam eles minerais, matéria prima como madeira ou ainda energéticos, de forma a garantir uma exploração sustentável dos mesmos, ou seja, a sua exploração sem colocar em causa o seu esgotamento, sendo introduzidos elementos como nível óptimo de poluição ou os fatores externos ambientais, acrescentando aos elementos naturais um valor económico.





Como podemos verificar, terá de haver uma transversalidade entre os quatro conceitos de desenvolvimento sustentável :






É também importante separar os conceitos de desenvolvimento sustentável e crescimento económico. São conceitos diferentes:


- o crescimento económico depende do consumo crescente de energia e recursos naturais, em que as atividades económicas são levadas, em detrimento do esgotamento dos recursos naturais do planeta. É insustentável e está condenado ao insucesso.


- o desenvolvimento sustentável está relacionado com qualidade, ao contrário da quantidade, com a redução de
matéria-prima e produtos. Obriga a alterações nos padrões de consumo e no nível de consciencialização.


 

A criação de condições atractivas ao investimento actua como um incentivo para o crescimento e desenvolvimento. No mundo actual, as relações empresariais entre países parceiros assumem um papel importante e determinante na criação das condições propícias à implementação de políticas de desenvolvimento sustentáveis.


 

Medidas para alcançar o desenvolvimento sustentável


Para alcançar o desenvolvimento sustentável, é necessário cumprir com as seguintes medidas :




Bibliografia


A informação recolhida em termos de imagens foram do google.
 
Este trabalho teve como suporte, os sites abaixo indicados.

Houve ainda a recolha de informação no livro "Planeta Ameaçado ", da editora Circulo de Leitores.